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Sady e Ágaba: Uma paixão juvenil que terminou em tragédia.

Foto do escritor: Higor FerreiraHigor Ferreira

Atualizado: 18 de jul. de 2022

Irei compartilhar uma trágica história que aconteceu na capital Paraibana, no ano de 1923, envolvendo um jovem casal de estudantes.


Sady e Ágaba.

Foto: Internet


Sady estudava no Lyceu Paraibano e Ágaba estudava na antiga Escola Normal (atual Tribunal da Justiça). Para evitar com que alunos do Lyceu não conversem e/ou flertando com as alunas da Escola Normal, o diretor (João Batista Milanez) estabeleceu uma "linha de decência", pois achava aquilo um desrespeito à moralidade e aos bons costumes.


Antiga Escola Normal e atual Tribunal de Justiça da Paraíba. Foto: Wscom


Veja a história de Sady e Ágaba no Instagram, clique aqui.


Antigo Lyceu Parahybano e atual Faculdade de Direito. Foto: Victor Ferreira (2021)


Porém os dois estudantes se amavam e não aguentaram ficar separados por muito tempo. No sábado, 22 de setembro, Sady atravessou a linha imaginária e foi alertado pelo o guarda (Antônio Carlos de Menezes), começando uma discussão entre os dois foi iniciada é o guarda disparou um tiro no estudante.


Quando os amigos, familiares e estudantes do Lyceu souberam da morte de Sady, eles se aglomeraram na frente da escola e passaram a hostilizar a sede da guarda civil. O corpo do jovem foi velado no Lyceu, por toda a noite, seguidos por discursos dos familiares, professores e alunos. O enterro foi realizado no dia seguinte, no cemitério da Boa Sentença.


Sady Castor Correia Lima

Foto: Internet


Passado duas semanas do ocorrido, o caso fica pior ainda, a jovem Ágaba muito depremida, cometeu suicídio ingerindo forte dose de veneno. A Paraíba estava de luto novamente.


Àgaba Gonçalves de Medeiros

Foto: Internet


Ágaba ainda deixou uma carta dirigida a sua ex-sogra (Mãe de Sady), escrita pouco antes de morrer.


“Parahyba, 6 de outubro de 1923.


Minha mãezinha,


Peço-vos desculpas de assim vos tratar, mas os laços que me prendiam ao vosso filhinho, permitem que assim vos trate. É lamentável dizer-vos o estado em que me acho desde o desaparecimento de meu inesquecido mui amado Sady. Peço-vos perdão de minha ousadia, mas, venho, por meio desta, dizer-vos que comungo convosco da mesma dor.


Ah! se não fosse ferir o vosso e o meu coração relataria o modo, os sentimentos daquele que tão cedo foi arrebatado do meio honrado em que vivia. Não sei por onde se acha a mala daquele que espero que Deus tenha em sua companhia; queria que vos interessásseis em mandar buscar. Resta-nos confiar na justiça da terra? Não, confiarei na Divina, pois que aquela falha e esta não falhará jamais.


Confiando no vosso coração, espero não se zangará quando esta receber.Peço-vos que abençoeis aquela que amanhã irá fazer companhia àquele que soube honrar e fazer-se honrar.


Abraçai as maninhas pela desventurada


Ágaba Medeiros”


O Mosenhor Almeida quis negar a sepultura religiosa a Ágaba, por ela ter cometido suicídio.



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