Hoje, eu irei contar a história deste tradicional colégio, na qual diversas personalidades paraibanas estudaram e eu também, no ano de 2018, e se você acha que sempre funcionou na Avenida Getúlio Vargas, você está enganado.
Liceu Paraibano na Avenida Getúlio Vargas.
Foto: Victor Ferreira (2018)
Por muitos anos, os ricos mandavam seus filhos para outras províncias, como Rio de Janeiro ou Pernambuco, este último citado, recebeu muitos estudantes paraibanos, como: Ariano Suassuna, Maciel Pinheiro, Augusto dos Anjos e outros.
Então, só crescia o desejo de ter o ensino secundário na Parahyba, e em 1831 surge a ideia, e através da Lei Provincial n° 11 de 24 de março de 1836, é criado o Lyceu Parahybano, este funcionava no prédio da atual Faculdade de Direito da Paraíba, na Rua Duque de Caxias.
A lei foi assinada pelo presidente da província na época, Frederico Almeida de Albuquerque, e pelos secretários Manuel Simplício Jácome Pessoa e Pedro Marinho Falcão, mas a sanção ficou nas mãos do vice-presidente em exercício, Manuel Maria Carneiro da Cunha.
Antigo Lyceu Parahybano e atual Faculdade de Direito da Paraíba. Foto: Victor Ferreira (2021)
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Latim, filosofia, foram as primeiras cadeiras criadas, posteriormente incluíram o inglês, gramática da lingua nacional e comércio, em 1849, o colégio foi reformado, e ganhou outras cadeiras (disciplinas), como: Álgebra, Aritmética, Francês, Geografia, Moral, Poética, Retórica e Trigonometria.
Poeta Maranhense Gonçalves Dias
Foto: Wikipédia
Em 1852, o poeta Maranhense Gonçalves Dias, a mando de Pedro II, com apenas 29 anos, visitou e fez elogios ao colégio, colocando como uma das três melhores do norte do país, sendo superado por Bahia e Pernambuco.
Por muitos anos, os homens letrados da Paraíba, haviam estudado neste colégio, e claro, era uma honraria estudar nele, e com certeza muitos alunos devem sentir o mesmo nos dias atuais.
Imperador Dom Pedro II
Foto: Wikipédia
Após muita ansiedade e euforia pela população, no dia 24 de dezembro de 1859, pela tarde, um navio à vapor da Marinha do Brasil, atracava no Porto do Capim (Varadouro), estando o Imperador Dom Pedro II e sua comitiva imperial, nos visitando, e claro, visitou também o tradicional Lyceu Parahybano.
Através do decreto imperial n° 5.429 de 2 de outubro de 1873, o colégio passou a ter exames válidos para os cursos superiores do país, inclusive recebendo alunos de outras províncias.
Antigo Lyceu Parahybano.
Foto: ResearchGate
Agora, citarei algumas personalidades que já estudaram nesta instituição:
Antônio Alfredo da Gama e Melo - Ex-governador e ex-senador;
Argemiro de Figueiredo - Ex-governador;
Augusto dos Anjos - Poeta;
Celso Furtado - Economista;
Elba Ramalho - Cantora;
Ernani Ayres Sátyro e Souza - Ex-governador;
José Américo de Almeida - Ex-governador;
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque - Ex-governador;
Luís Ferreira Maciel Pinheiro - Advogado;
Lauro Pires Xavier - Ambientalista.
Destas pessoas, uma delas já lutou pelo Brasil, na Guerra do Paraguai, que foi Maciel Pinheiro, e o Ernani Sátyro, ganhou um bairro com seu nome, na zona sul de Jampa e também nomeia o Estádio Amigão, em Campina Grande.
Um fato interessante, é que o Tribunal de Justiça, já funcionou no andar superior do antigo Lyceu, por alguns anos, inclusive em 1913, o teto ameaçava desabar, fazendo com que funcionários, alunos, professores e desembargadores corressem perigo.
Argemiro de Figueiredo
Foto: Wikipédia
Ex-aluno e governador da Paraíba, Argemiro de Figueiredo, manda construir o novo Liceu Paraibano, na década de 30, agora, na Avenida Getúlio Vargas, com mais salas e espaço.
Construção do atual Liceu Paraibano.
Foto: Acervo Família Sturcket
Esse é uma dos maiores colégios do estado, muitas histórias, muitos estudantes e professores e diversos funcionários passaram pela instituição e que segue formando mais e mais cidadãos.
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Eu (Victor Ferreira), estudei em 2018, e em breve contarei minha experiência como estudante do Liceu.
No ano de 2019, virou uma escola de ensino integral.
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Pátio interno do colégio.
Foto: Victor Ferreira (2018)
Nos dias atuais, continua sendo referência, mas o seu entorno é esquisito principalmente ao entardecer, dando sensação de insegurança aos estudantes da região.
Em 2036, completará 200 anos de existência, contribuindo na educação paraibana.
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